Esse livro é uma obra de ficção, cuja estória trata da vida e obra de nosso herói, Babá Neto do Bonfá, cujo nome de batismo é Eleazar da Costa Neto. O livro nos conta como Babá Neto do Bonfá inventou uma espécie de quimbanda de preto-velho e caboclo, cujo foco de seus trabalhos de macumba eram a iniciação e pactuação com essas entidades como se elas fossem exu e pomba-gira. Em diálogos de Babá Neto com outras personalidades importantes dentro da religião do culto de nação muito se discute e a conclusão a que se alcança é a de que pretos-velhos e caboclos são como os exus e não simplesmente eguns evoluídos. Babá Neto foi iniciado secretamente no candomblé por Mãe Molequinha da Luz Perfeita, viveu uma infância pobre, faltava-lhe dinheiro para comprar coisas básicas. Não tardou para Babá Neto atingir sua apoteose pessoal, através de sua vocação para jogar búzios. Elaborava assentamentos de pretos-velhos e caboclos como se fosse obras de arte feitas e barro, argila, cerâmica e madeira. Também elaborou inovações teológicas que lhe renderam duras críticas como: Considerar os odus, ou seja, a poesia sagrada de Ifá como a Bíblia Oral de sua Quimbanda, considerar o cristianismo como uma religião fundada por um Egun divinizado, que Exu de fato é o diabo e que todo espírito é zombeteiro. Babá Neto sempre foi muito curioso, um pesquisador nato, um provocador de mentes, cuja vontade em conhecer e experimentar o sagrado muitas vezes o levou por caminhos inusitados, entre eles a heresia e até problemas com a justiça. A vida de Eleazar era uma constante batalha entre as exigências do mundo material e sua busca por uma verdade espiritual mais profunda. Sua dedicação à espiritualidade e à sua família moldou-o de maneiras que ele ainda não compreendia completamente, mas que eventualmente o preparariam para a jornada transformadora que estava por vir. E o que veio foi fantástico, pois tornou-se um sacerdote de fato, sem aceitar dogmas e ao mesmo tempo conhecedor profundo da tradição.
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