Crônicas da Educação nasceu do interior para uma viagem, também, fora da escola. É o resultado da convivência de mais de vinte anos com adolescentes em sala de aula. Uma vivência com as inúmeras dificuldades do nosso sistema público de ensino, como a falta de recurso didático, o autoritarismo que teima em não abandonar nossas relações docentes, com a gestão escolar tão carente de iniciativas, até para superar dificuldades primárias como ler e escrever adequadamente, no tempo e na idade certa. E como resultado de uma leitura simples, porém inquietante, do fastio da escola ao lidar com problemas que estão fora de seus programas.
Nossa escola, por exemplo, não tem percebido que a reprovação, em si, gera prejuízo econômico, além de produzir danos sociais e individuais. Estando este indicador educacional tão longe de suas preocupações, há como esperar da nossa escola envolvimento com a gravidez na adolescência, com a normatização do ensino, com a tão comentada e necessária inclusão ou com a atual troca do ensino público por sua mercantilização? Mantida a atual dinâmica escolar, visivelmente apartada da rua, a resposta para estas e outras questões é não! Pelo simples fato de estarem fora de seus programas, ainda que a exigências sejam prementes e as críticas inevitáveis.
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