Em "Democracia em Discurso", Graciele Cordeiro desvela as camadas ideológicas ocultas sob a superfície aparentemente inocente da animação "Zootopia". Partindo da Análise Crítica do Discurso e dialogando com teóricos como Hayek, Rothbard e Hoppe, a obra desmistifica a narrativa que muitos críticos interpretaram equivocadamente como defesa da inclusão democrática.
Sem dúvidas, o que emerge desta investigação é uma crítica mordaz ao sistema democrático contemporâneo, onde a polarização entre presas (maioria) e predadores (minoria) revela as contradições intrínsecas de um regime que, proclamando representatividade universal, frequentemente subjuga aqueles que deveria proteger.
A análise minuciosa das relações de poder entre os personagens principais – Judy Hopps, Nick Wilde e Dawn Bellwether – expõe como as instituições democráticas fomentam corrupção sistêmica, burocratização excessiva e escravidão estatal, mesmo quando anunciadas como virtuosas.
Posto isto, esta obra essencial reconfigura nossa percepção sobre produtos culturais infantis, revelando-os como poderosos aparatos ideológicos. Ao demonstrar como "Zootopia" questiona a democracia enquanto sistema baseado na vontade da maioria, Cordeiro nos convida a repensar criticamente não apenas a animação, mas os próprios fundamentos do modelo político que tanto celebramos sem efetivamente compreendê-lo.
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