Na década de 1940, o Brasil estava sob a ditadura Vargas e a conjuntura histórica levou o País a participar da Segunda Guerra Mundial. Importantes fatos mudaram o destino da Portela e dos portelenses naquele período. Paulo da Portela deixou a agremiação, que teve de substituir seu trabalho em vários setores. Assim, foram forjados novos líderes sambistas em Oswaldo Cruz ocupando cargos na direção de Harmonia, na composição de sambas, nas tarefas administrativas, de relações públicas, dentre outras. A falta de recursos financeiros provocados pela Guerra fez verter para os cofres portelenses o dinheiro da contravenção. Ainda de forma tímida, mas definitiva, esse investimento permitiu que o GRES Portela fizesse desfiles melhores que suas coirmãs, se sagrando a primeira e única heptacampeã do carnaval carioca. Contudo, o clima social do pós-Guerra, a crise econômica e a abertura política controlada levou o envolvimento das escolas de samba com o Partido Comunista Brasileiro. Afinal, as comunidades onde haviam àquele tipo de agremiação reuniam um imenso eleitorado. Pairava sobre a Portela a desconfiança de que haviam comunistas em seus quadros, assim como na União das Escolas de Samba. Os setores conservadores, aliados aos militares, temiam que a classe trabalhadora conquistasse cada vez mais sua independência. Por isso, fundaram uma outra instituição, que representasse o discurso da “despolitização” do samba. Na verdade, o objetivo era a submissão do samba à ideologia do capital e do nacionalismo. Após perder a verba pública, a União das Escolas de Samba também caiu nas mãos dos militares. Ao final daquela década, Paulo da Portela faleceria, levando com ele o título de criador das escolas de samba, o qual resgatamos nessa obra.
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