Hoje sentimos que nossa vida está parada, mas a mente nunca descansa. Há uma inquietação constante dentro de cada um de nós, um incômodo que não sabemos de onde vem. A ansiedade moderna – desses nossos dias - é uma epidemia, mas, não nasceu agora. O que sentimos já foi descrito milhares de vezes por muitos pensadores e estudiosos e tantos chegaram à conclusão que o problema não está no mundo, mas, em nós. Sim, em nós! Jean Paul Sartre – um desses pensadores – acreditava que o vazio está dentro de cada ser humano, e que este está condenado “à liberdade” e esta não é um presente nem uma dádiva, é um peso. Mas, o que significa ser livre? Teríamos dezenas, centenas de significados, mas aqui seria resumir, é que não há ninguém segurando nossa mão, que não há um caminho pronto esperando por nós e que somos responsáveis por cada escolha. É uma responsabilidade encoberta por um véu em nossa mente, que corrói cada um e nos obriga a planejar e ter ainda mais controle.
Sartre tentaria explicar, em outro momento, que esse “desespero” por controle não é um acaso, mas, sim, uma tentativa inútil de fugir da angústia da existência. É uma explicação um tanto complexa, mas, quer dizer que podemos encher-nos de metas e regras e distrações, mas, lá em nosso íntimo, sabemos que no final do dia tudo dependeu de nós; não há garantias, não há ninguém vindo nos salvar.
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