Pois é, querido sapiens, sua espécie caminha para a extinção! Não seria pretensão se achar a última versão da humanidade?
Se até uma máquina pode ser sapiente, então está mesmo na hora de evoluir!
A família Rebelez se deu conta disso após viver aquele semisséculo sem perceber que contornava uma das dobras do tempo. Até houve um lampejo de otimismo com as eleições realizadas pelas redes sociais, mas, desde a pandemia que causou a crise de infertilidade e adiou a maturidade, predominaram anos brutais para a humanidade. Poucas décadas do terceiro milênio bastaram para que uma nova ordem social se conformasse.
Por casualidade, confluíram para se congregar na urbeco de las Tierras Ocres. Huitz e Ama viveram cada dor e cada alegria da família. Sempre juntos, ele pensava e ela enxergava além. Neewa foi engolida pelo urbano e depois logrou reinventar sociedades. Piotrz e Xhoula, genro e sogra, rasgaram mato para encontrar uma nova espiritualidade. E Amandla, que nunca pertenceu a lugar algum, conseguiu ter um mundo como nem sabia que queria.
Diziam que múltiplas gerações coexistiam naquela época, mas era mais do que isso: diferentes espécies humanas compartilhavam o mesmo tempo. De um lado, os antigos inteligentes; do outro, os novos conscientes.
Ainda não se sabe até que ponto a transformação foi genética. O mais importante é que os novos seres empáticos, guiados pela consciência, puderam ser chamados de humanos.
Se fosse utopia, não seria de se estranhar.
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