Depois de quarenta anos de ter tido o primeiro contato com a obra de Allan Kardec, estudando-a, meditando, extasiando-me com a doutrina nos meus verdes anos, discutindo com espiritistas e com inimigos da doutrina, sobrevieram longos anos, quando me afastei desses assuntos, por motivos os mais variados. Quando então, não sei por que razão, voltei a tratar desse importante conhecimento; mas, agora, empregando a lupa da crítica, do discernimento, e desprezando o entusiasmo daqueles anos passados. Surpreso comigo mesmo, por não ter divisado o que é evidente, intragável, inconsistente, voltei a folhear o pentateuco kardeciano, e variadas obras pró e contra o espiritismo, principalmente as da lavra de Francisco Cândido Xavier (FCX) e Divaldo Pereira Franco, além dos pesquisadores psíquicos que antecederam Kardec, que foram seus contemporâneos, e os que vieram após ele, e encontrei, nas psicografadas, muitas e variadas disparidades, impropriedades, incoerências, o inconsistente, o fantasioso, o que destoa do bom senso e da doutrina. Comparei o espiritismo de Kardec com o praticado no Brasil, e percebi que não são iguais, porquanto aqui houve uma mistura de kardecismo, catolicismo amestiçado, roustainguismo e religião afro. Assim sendo, decidi escrever um livro que desmistificasse e desmitificasse pessoas e obras, para proveito dos leigos, e também para mostrar muita coisa aos próprios adeptos, que por estarem mergulhados no assunto, não enxergam bem a forma, nem o fundo.
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