
Perdemos nossa humanidade há muito tempo, bom desde que existia o tempo no caso.
Dominamos tudo, podíamos fazer o que quiser… mas já não sentíamos mais nada.
Precisamos terceirizar o que é sentir.
Por isso não extinguimos todos os animais. E talvez… só por isso mesmo.
Fizemos deles um zoológico, inicialmente para estudos.
Por indução fizemos os animais a se comportarem como nós, a parecerem como nós, a criarem uma sociedade como a nossa para ver onde as nossas coisas começaram a “dar errado”.
Mas nos perdemos no meio do caminho.
Assistir os animais era muito mais emocionante, ou melhor, ver os animais se emocionar era o mais próximo que chegamos de uma emoção sequer.
Nos tornamos dependentes do Zoológico, que antes era artificial, mas agora… é o que temos como lembrança do que um dia foi real.
Expandimos os Zoológico, fizemos de nossa existência a preservação deles, não por empatia, mas por não sabermos mais outro modo de tentar viver.
Nem que fosse através do outro.
Os animais não sabiam disso, nem sabiam que estavam no Zoológico. Para os animais, tudo que viviam era real. Eles acreditarem nisso era fundamental para tudo isso ser possível.
Number of pages | 17 |
Edition | 0 (2025) |
Language | Portuguese |
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