"Onde há lenda, há pacto. Onde há pacto... há segredos que ainda respiram."
O Brasil profundo guarda mais do que mata, cerrado, caatinga ou floresta. Ele guarda silêncios. E dentro desses silêncios vivem pactos — antigos, secretos, esquecidos por muitos, mas jamais extintos. Eles dormem em assombrações que resistem ao tempo, em encantados que dançam entre o visível e o invisível, em vozes que sussurram através do vento, das águas e dos olhos das mulheres que sabem mais do que dizem.
Esta antologia nasce como um convite para atravessar o véu. Não o véu das fábulas inofensivas, mas o das verdadeiras lendas, aquelas que carregam o peso do medo e o brilho do mistério, que nascem dos becos das cidades pequenas, dos sussurros entre velhas, das fogueiras apagadas do sertão.
Aqui, cada conto é um espelho partido do Brasil místico: serpentes sagradas, mães encantadas da floresta, rainhas que fizeram de sua dor um trono, espíritos zombeteiros que riem dos vivos, homens e mulheres tentados a trocar o que têm por aquilo que mais desejam. Todos selam algo. Todos pagam um preço.
Esses textos foram escritos por mãos que ousaram escutar o invisível, o ancestral, o indizível. E mais do que isso: por mãos que ousaram contar.
Mas cuidado: quem lê sobre pactos... também os sela.
Que este livro seja uma travessia.
Que cada lenda abra uma porta.
E que, ao final da leitura, você se pergunte:
O que você entregaria em troca do que mais deseja?
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