O LIVRO DE AZHAZEL

Este livro não foi escrito da forma que você imagina.

Não houve planejamento.

Não houve capítulos esboçados num caderno.

Não houve uma ideia brilhante surgindo numa madrugada inspirada.

O que houve…

foi algo entrando.

Algo que não pediu licença.

Não explicou de onde vinha.

Não se apresentou com nomes bonitos.

Apenas se manifestou.

O que você vai ler aqui não nasceu de uma vontade criativa.

Nem de um objetivo editorial.

Muito menos de uma busca por atenção.

Nasceu de um ponto no tempo

em que as palavras deixaram de ser escolha

e passaram a ser urgência.

O autor?

Se você quiser chamá-lo assim…

ele não tinha ideia do que viria.

Não sabia que seria escrito.

Não previa o peso, nem o preço.

Mas aceitou.

Ou melhor:

se calou.

E deixou acontecer.

Ao longo dos dias,

as frases surgiam como lâminas.

Cortavam.

Feriam.

E depois... revelavam.

E mesmo sem entender tudo,

ele seguiu.

Porque não se trata de entender.

Se trata de dizer.

E de quem precisa ouvir — escutar.

Este livro foi escrito para existir.

Não para agradar.

Não para convencer.

E, com certeza, não para ser ignorado.

Você pode sair agora.

Fechar estas páginas.

Voltar pra sua rotina.

Rir disso tudo e dizer que é exagero, que é só mais um delírio bem escrito.

Você pode.

Mas…

Alguma parte de você já sabe que está diferente.

E essa parte não vai te deixar em paz.

Essa é a história por trás da história.

Não há mais o que dizer.

O resto…

você vai descobrir sozinho.

Ou não.

Agora você sabe.