Debaixo do mesmo teto

Após caminhar pelas ruas, parei em uma pracinha e fiquei observando a movimentação ao meu redor. Motoristas estressados, pessoas que passavam apressadas sem observar o próximo a sua volta, o mundo não para, todos temos alguma ambição, algum propósito, alguma razão para viver, mas às vezes a rotina pesada e cansativa nem as deixam observar a maneira que o vento balança as folhas das árvores, a maneira em que os pássaros passeiam no céu, nem mesmo os canteiros de flores ao redor da praça. Toda a beleza do mundo se passa despercebida, sem ser apreciada. Acho que uma vida longa se passando dessa maneira não poderia ser descrita como uma vida bem vivida.

Me pergunto que tipo de atitude essas pessoas tomariam se soubessem que teriam menos de um mês de vida? será se elas dariam um abraço mais apertado, esboçariam aquele sorriso esquecido, ou diriam um “eu te amo” com mais força e vontade?

Provavelmente sim! A verdade é que a maioria das pessoas se vão de uma hora pra outra, sem ter tempo de se despedir daqueles que amam. Talvez seja muito mais fácil assim, repentinamente, sem sofrimento, mas a chance de poder se despedir das pessoas que ama também pode ser considerada como um presente, um estranho presente.