Esta é a história de uma vida totalmente passageira que deixa sempre algumas ilusões de eternidade.
Anos 50. Aqui, após a morte da mãe, João verá seu pai se envolver com uma nova mulher, Carmem. Ao longo dos anos, ela estabelece seu domínio. Quando João atinge uma idade avançada, Carmem decide que ele deve deixar a propriedade rural em que vivem: ela deseja o “filho da outra” fora daquele universo, para que possa recomeçar a vida e construir uma nova família ao lado do homem que escolhera para si.
Apesar de uma relutância inicial, em dado momento João decide partir. Ele simplesmente coloca uma mochila nas costas e abandona o rancho em que vivera até então ao lado do pai. Ao longo de sua trajetória, João tropeçará em muitos personagens; alguns bons, outros nem tanto. Noites de frio, fome e tormenta o aguardam. O tempo todo, João é fisgado por impulsos que o fazem repensar sua decisão de desaparecer; ele fizera uma jura à sua madrasta de não retornar, então deve seguir em frente apesar das dificuldades. Em sua caminhada, vai deixando um rastro de lágrimas e tristezas.
Dois longos anos se passam, e João agora está imerso em um novo estado de espírito; alimenta-se do lixo das outras pessoas, vive fugindo e não pode se demorar em lugar algum. A morte, procurada, agora costuma fugir do andarilho.
Após muitas buscas, o pai consegue estabelecer algum contato com o filho; solicita que ele volte a tempo de vê-lo pela última vez, já que está à beira da morte. João quer muito se despedir de seu velho pai; mas, ao regressar, precisa enfrentar também alguns fantasmas; e o pior deles ainda está lá: Carmem, a mulher que um dia o expulsara.
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