
Era sempre acompanhada por um sorriso largo e uma disposição que parecia inesgotável. Mesmo nas adversidades, ela encontrava uma forma de rir, fazer piada ou simplesmente dançar com a vida. Lembro-me bem das vezes em que, ao som de um forró antigo, ela rodopiava pela sala com uma leveza que só quem tem o coração cheio de amor é capaz de demonstrar.
Ela era mesmo a dama do bordado — não só pelos trabalhos lindos que fazia com linha e agulha, mas pela maneira como costurava a vida de todos nós. Cada ponto, um gesto de carinho. Cada linha enredada, uma história sendo escrita. E foi ao lado do meu pai, o Soldado de Polícia, que ela construiu um lar onde o amor era disciplina, e a união, a principal lei.
O velho soldado Souza, firme em suas convicções, disciplinado pela profissão, era o equilíbrio perfeito para aquela mulher que era puro coração. Os dois se completavam como linha e agulha, como riso e lágrima, como silêncio e música. Era bonito de ver o respeito entre eles, mesmo depois de tantos anos juntos. Nunca esqueceram a promessa feita no altar: até que a morte os separe. E mesmo a morte... mesmo ela parece não ter tido força para separar dois corações tão grudados.
Hoje, ao escrever esta narrativa, sinto que revisito um lar que ainda mora dentro de mim. Um lar feito de memórias, de vozes que ainda transborda, de cheiros que parecem nunca ter ido embora. Um lar que ainda pulsa em cada canto da minha alma.
Número de páginas | 140 |
Edição | 1 (2025) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Uncoated offset 90g |
Idioma | Português |
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