
Nas páginas do tempo, nas asas da liberdade
Cláudia Sabbag Ozawa Galindo
A literatura é feita de um tecido delicado e sensível, em cuja trama se entrelaçam a memória, a observação e a fantasia. Na tessitura de Renan, a vida se esparrama nas memórias de família, nas lembranças dos antigos hábitos, na falta que faz a simplicidade. E se inscreve também no olhar atento do cotidiano, nos detalhes descuidados da poesia que se aloja entre as pessoas, os bichos, os lugares. A sua escrita se agita nas asas de tudo que ainda não é, na potência do que está por vir, nos sonhos encasulados em corações cheinhos de semente.
Entre os contos todos, lá estão os fios de tempo, a constante sedutora de suas histórias, talvez a maior de suas inspirações, e talvez o que mais o aproxima da senhora que dá nome a essa reunião de narrativas: o instante. É o instante que se perde na rotina cerceadora dos dias que escorrem entre compromissos, obrigações, demandas, que anestesiam os saltos, os voos. É também o instante que guarda a potência da liberdade, as epifânicas investidas da coragem, as desmedidas ânsias de ir além dos números, das cifras, da melancolia da mesmice, da asfixiante anestesia das atividades repetidas à exaustão e esvaziadas de sentido.
E como nunca estamos, de fato, dentro do instante, o que nos acompanha, de olhos mareados e saudosos, são causos da infância, da inocência, do tempo se esticando sem pressa. Renan é um colecionador dos instantes que se foram.
Número de páginas | 128 |
Edição | 1 (2025) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Cream |
Idioma | Português |
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