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Segue-se o rio das aflições, agora com o imperativo de se ganhar a vida. O tempo fica corrido, a ordem prática estabelece novo confronto. A escrita talvez se empalideça... Não sei. Fica mais acidentada; mundana... A criatividade faz parelha com o competitivo, com a ignorância torpe e a rasa experiência. O poeta se contorce, bebe sozinho pelo cansaço, não mais por frustradas paixões. Senta no bar para reclamar a sua cerveja vingadora, o brinde pelo vencida revanche, a recíproca verdadeira da venda feita, de uma missão cumprida, mas ainda na penúria de péssimos salários, dos distantes reconhecimentos, da flutuação dos desempenhos, da vida instável e vazia. Apurar-se a escrita leva tempo e muito dinheiro, contrariando Vinícius que “capital de poeta é água fria” esta água não está disponível em qualquer torneira, e pior ainda, com a que se lava a cara não se enxuga em qualquer toalha. A escrita tem extensa periferia, muito apuro de alma, para limpar o sujeito arredio, as impurezas de umbigo que embaçam os sentidos, que levam o texto a ruas sem saída, a bailes de mascaras pedantes, grotescos... “Matinalmente” é este ir e vir... Um persistente trânsito indo e voltando buscando água. Água para beber, para o cozimento, para suprir a mantença deste poeta bêbado, ledo, que tem medo de dizer quem é, o que quer... Que confia pouco no que faz em segredo, já esculpi as suas odes com pequenos formões, não embala as suas musas mais em velhos jornais. Mas tudo lhe cobra o dobro, é mais custoso sob o peso de se dar certo, de se “arrumar a vida”. De descobrir um golpe de mestre ou um salvador da pátria... O que raramente acontece. Vai se fazendo o homem, o profissional, o sujeito, mas principalmente vai se definindo o poeta, a sua branca lisura... Nada que lhe confira uma assinatura potente! Está longe...
Seitenanzahl | 383 |
Ausgabe | 1 (2013) |
Format | A5 (148x210) |
Einband | Taschenbuch mit Klappen |
Farbe | Schwarz-Weiß |
Papiertyp | Uncoated offset 75g |
Sprache | Portugiesisch |
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