O menino da caixa

Recordar esse momento de infância que nos remete aos idos anos de 1959, é uma deliciosa viagem ao tempo, que naquela ocasião, na maior parte das vezes, apenas um chinelo conhecido como “alpargatas rodas”, era o anteparo dos nossos pés que nos protegiam do frio maldoso daquelas manhãs de inverno, e que nos conduziam até a escola para o início da nossa alfabetização; enquanto, um pequeno bornal confeccionado com muito carinho pela mamãe acomodava os nossos materiais escolares das primeiras letras. E é claro, que nesse rincão de lembranças, não podemos, jamais nos esquecer das conhecidas e inesquecíveis cartilhas – “Sodré” e “Caminho Suave” - que foram os exemplares responsáveis, que nos serviram como um gigante suporte de aprendizado das primeiras letras letras - a primeira leitura e o encontro das vogais com as consoantes para a formação das palavras – “A pata nada” ou “A barriga do bebê”. Recordo-me com muita saudades das primeiras lições de memorização – pa-ta, na-da, pa-pa-pa- ta-ta-ta, na-na-na, da-da-da. Quem é que viveu esse período e, não se recorda dessas primeiras lições? – Posso dizer que fui um privilegiado, já que tive a oportunidade de conhecer e aprender com as duas cartilhas que representavam um instrumento valiosíssimo de aprendizado, já que na ocasião os estudos através dos recursos áudios-visuais eram praticamente inexistentes e se utilizavam dos cartazes enormes que eram copiados da própria cartilha, e que ficavam expostas e penduradas em cima da lousa.