Ciente de que a modernidade não reconhece as fronteiras nítidas entre as artes e esforça-se precisamente por desvanecer as linhas divisórias que ainda resistem, a Todas as Musas traz aos seus leitores um dossiê dedicado a um dos mais atraentes e produtivos diálogos de nossos tempos: as relações entre literatura e cinema.
Os artigos publicados nesse dossiê são mais que esmerados trabalhos acadêmicos, assumindo outra função demasiadamente proveitosa. Eles são resultados finais que, com pouco esforço, podem sugerir a novos pesquisadores caminhos a serem seguidos com outros filmes e outras obras literárias. Além de sua originalidade, talvez seja esse o grande mérito das análises aqui expostas: por meio de sua luz, abrem-se novos caminhos para que outros possam iniciar suas próprias jornadas. Os filmes analisados formam ainda uma lista imperdível para todos os cinéfilos. Além dos já clássicos Medeia, de Pasolini, e Hiroshima mon amour, de Resnais, temos um artigo que se utiliza do mais recente blockbuster americano, Avatar. Passamos também pela ficção científica que encantou uma geração com Harrison Ford personificando o caçador de androides de Blade Runner e pelo grande sucesso nacional, Cidade de Deus.
A seção aberta nos traz uma soberba análise do poeta afro colombiano Jorge Artel, além da leitura de um conto de Clarice Lispector, que dialoga com o artisticamente proveitoso episódio Noli me tangere.
Pesquisadores iniciantes estão bem representados dentro e fora da temática do dossiê e indicam vida longa para investigações na nossa área de escopo.
Uma obra de José Saramago é alvo de nossa seção de resenhas. O texto publicado dá boas indicações para novos trabalhos sobre o teatro do autor.
Convidamos todos para uma boa leitura, lembrando que estamos abertos a sugestões, reclamações e debates pelo nosso endereço eletrônico.
Os Editores.
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